Mesmo em um ano marcado por instabilidade nos mercados e tarifas elevadas, a carne bovina brasileira se consolidou como o principal produto industrializado exportado pelo setor agropecuário em 2025, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No acumulado de janeiro a setembro, as exportações de carne — incluindo produtos frescos, refrigerados e congelados — somaram cerca de R$ 62,5 bilhões, um crescimento de 37,3% em relação ao mesmo período de 2024. O volume embarcado também aumentou significativamente, alcançando 8,28 milhões de toneladas, alta de 16,4%. Somente em setembro, as vendas externas de carne renderam R$ 9,7 bilhões, um avanço de 55,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, com 314,6 mil toneladas exportadas — aumento de 25%.

Com esses resultados, a carne bovina passou a representar quase um quinto da receita total do agronegócio brasileiro, que chegou a R$ 327,8 bilhões no período.

Além da carne bovina, outros produtos agroindustriais também apresentaram bom desempenho nas exportações: farelos e farinhas vegetais e animais (R$ 4 bilhões, alta de 6,7%), carne suína (R$ 1,9 bilhão, crescimento de 28,6%), carnes de aves e miúdos (R$ 4,47 bilhões, queda de 6,1%) e sucos de frutas e vegetais (R$ 1,46 bilhão, retração de 17,4%).

Mesmo diante de desafios externos, como oscilações cambiais e demanda global instável, o setor agroindustrial brasileiro demonstra resiliência e reforça a importância da carne bovina como um dos pilares do superávit das exportações nacionais.